Velha cuia reluzenta
Porongo, bocal de prata
Lembranças daquela ingrata
Que tanto eu queria bem
Hoje, tão só saboreio
Teu chimarrão verdolengo
Tal e qual um andarengo
Sozinho sem ter ninguém
Velha cuia tu ficou
E aquela ingrata se foi
Pedimos que Deus perdoe
O seu pecado mortal
Quem sabe foi iludida
Vítima do orgulho e do luxo
Desprezou o viver gaúcho
A ambição foi seu mal
Em rodas de chimarrão
Vejo tudo em meu redor
O mundo que sei decor
Divulgo na poesia
Lembrança boa supera
Todo um passado infeliz
Por isso o poeta diz
Cantar é vida e alegria
Eu sei que não dava certo
A ti confesso cantando
Nasci pra viver andando
Por este mundo sem fim
E tu cuia parelhada
Que ainda segue os gostos meus
Um dia a força de Deus
Vai te separar de mim