De estância em estância
Assim fui criado
Montado a cavalo
Lidando com gado
Enfrento o perigo
Não sou assustado
Viver de gaudério
De fé e qualidade
Pra dona saudade
Meu peito é fechado
Sou pampa largado
Rio Grande querido
Tenho amor no pago
Onde eu fui nascido
Amo as madrugadas
Que o boi dá um mugido
E assim na fazenda
Quando o galo canta
O peão levanta
Sempre prevenido
Chimarrão é vício
Que nunca dispenso
Sou xucro de fato
Eu digo e não penso
Eu uso bombacha
Bota, espora e lenço
A alma dos pampas
É o ar das coxilhas
E o Sol que brilha
No Rio Grande imenso
Não tenho morada
O meu parador
É quando na estrada
Encontro uma flor
Eu gosto da lida
De enfrentar o rigor
E só, talvez mude
Se um dia encontrar
Quem me acertar
Um pealo de amor